domingo, 19 de outubro de 2008

SOLETRANDO OS SENTIDOS




Soletrando os sentidos

Do que sei, eu nem sei... Soletro os sentidos.
O meu saber é cingido, subentendido...
Meus sentidos eu entendo... Sentir eu sei.
Historio o que sentimento me articula,
Profiro o que está recôndito em minh’alma.
Minha alma é lúcida.

Eu... Não.

Carrego comigo o meu ser sem o compreender...
Se o compreendesse já não o induziria, dele ancila seria.
É lato o campo do saber, há muito que discorrer.
Tentativas improfícuas de quem tudo quis saber
Apontam lacunas entre o ambicionar e o obter.

Sigo soletrando os sentidos
Aprendendo a querer aprender.
Na escrivaninha da vida, faço meu livro.
Estando sendo eu não preciso ser.
Minha alma existe.

Eu... Apenas vivo.

Ivone Alves SOL

Nenhum comentário: