A
Bahia perde Ubiratan de Castro
Dizem que as pessoas não morrem,
apenas mudam para uma dimensão aonde dão continuidade de forma mais elevada as
suas boas ações, ou aprendem a corrigirem seus atos “pecaminosos”. Para mim que
sou uma pessoa agnóstica, não tenho nenhuma clareza sobre o que venha a ser a
morte, além de nos tirar entes queridos sem nenhuma consideração à sua
importância aqui a Terra.
Embora fosse portador de uma doença
crônica que o deixava fisicamente frágil, o Professor Ubiratan de Castro dispunha
de uma força interior, de tanta vida em suas ações e atitudes, que a notícia de
seu falecimento nos deixara profundamente triste e com a sensação de que ainda
não era o momento. Não estou entre aqueles que faziam parte do seu dia a dia,
mas todas às vezes que o encontrei, foram momentos de aprendizado e de muita
afetividade.
Conheci o Professor Bira, como era
carinhosamente tratado pelos que o conhecia, quando atuava em Rádio e presidia
a ARCOBA (Associação de Rádios Comunitária da Bahia) Desde então passei a
admirá-lo pelos seus conhecimentos e, sobretudo, pela sua simplicidade ao lidar
com as pessoas de um modo geral.
Na última Bienal do Livro de
Salvador, em outubro de 2011, tive a honra de recebe-lo em minha tarde
autógrafo. Ele tornara o nosso evento lindo, caloroso, enSOLarado! Solicitou um
microfone da organização do evento e passou a declamar poemas do SOLvendo
Sentidos, e a me fazer algumas perguntas instigantes. O espaço ficou lotado e o
que era uma tarde de autógrafo, tornou-se numa grande festa.
O Professor Ubiratan de Castro
fizera por merecer todos os títulos e cargos que recebera dada a sua atuação na
literatura e na cultura em Geral. É membro da Academia de Letras da Bahia, Professor
renomado, Mestre e Doutor em História pela Université Paris X-Nanterre e Université
Paris IV-Sorbonne, respectivamente. Dentre tantos outros relevantes cargos, foi
diretor geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), ligada à Secretaria de Cultura do
Estado da Bahia; Presidente da Fundação Cultural Palmares, com então Ministro
da Cultura, Gilberto Gil.
Que
sua luz continue iluminando àqueles que se dedicam a arte e a cultura!
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