Alheios às horas, meus olhos madrugam
Enquanto eu me escoro – por uns minutos
Num tempo que não volta e que não vai
É como quem ora, sendo mudo
A um Deus que se faz de surdo
Pra não ser rogado como pai
E a noite esvai – impassível
Não escuta os ais que profiro
No sigilo quebrado em meu olhar
Se eu soubesse rezar, faria um pedido
Que este silêncio fosse menos dorido
E a noite ninasse o meu dormitar
Ivone Alves SOL
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