SOLvendo Sentidos – Ivone Alves Sol
O livro de poesia
“SOLvendo Sentidos”, de Ivone Alves Sol, publicação de Auto Editor Itabuna –
Bahia é um texto onde prevalecem o Soneto, o Rondel, o Haicai. A autora Ivone
Alves Sol teve vários privilégios ao editar seu trabalho: Primeiro, o texto do
nosso confrade e presidente da Academia de Cultura da Bahia, advogado e
escritor, tanto quanto poeta e cantor lírico Benjamim Batista. A própria visão
do mesmo mostra a riqueza de “SOLvendo Sentidos”. Afirma que “Ivone Sol carrega
no nome a luz dos que brilham. Poetisa aparentemente mansa e tímida, vira um
vulcão quando consegue o parto da palavra…” De minha parte acho que todo o
livro, todas suas poesias são como que o despertar do sol, alvorada do
sentimento, a madrugada que vai se adentrando não só sobre a Terra como também
nos corações. A poeta ou poetisa, ela própria define na página 93 o que pensa
de poesia, assim como que cantando:
“POESIA
Afeiçoo-me dessa arte que me cria/Que me
inventa da lágrima solitária/Que, sem expressão, obsta a homilia/E, diz-me
viva, numa tumba minada//Posto que eu seja a arte do que crio/Pois a vida vive
à parte – e parte/ Enquanto a olho sem vê-la – arredio/ Da poesia que em meu
túmulo nasce// Suscito nos versos que crescem/ E dão corpo à minh’alma esguia/
Visto que neles a vida acontece/ E, eu só existo, quando em poesia.”
Seus Haicais são, em
realidade de um sentido do belo, que tanto está faltando hoje não só na
literatura como nas artes em geral, pois a beleza não pode nunca ser sem
brilho, sem fulgor, sem cintilação. A
beleza desaparece neste mundo chamado de Globalização. Toma-se o feio, o
apático, o sem vida, o sem coração como o sentido da vida. O que é profundamente
negativo. Ao contrário Ivone Alves Sol em um Haicai canta assim
“Manhã nublada
Em um céu cintilante
Olhos aguados”
Olhos aguados são olhos
em que a água penetra benéfico, no amanhecer sempre vemos uma manhã nublada,
entretanto, no céu cintilante. Aqui a beleza não só poética mas tem a beleza em
si. Em outro Haicai a poeta, novamente,
mostra-nos o sentido estético do tempo:
“Pinta o dia
Com tom amarelo
No azul do céu.”
Há portanto cores,
claridade, o amarelo casado com a azul, o dia amando o céu.
Baiana de Valente,
município baiano, reside em Salvador e jovem têm uma vida cheia, sol refletindo a mulher de ação: da
Acadêmia de Cultura da Bahia, do Comitê Executivo de Autores, da Câmara Bahiana
do Livro, Assessora Geral do Projeto Alma Brasileira de Antologia, professora,
locutora, atuou em rádios, passou pela presidência da Associação de Rádios
Comunitários da Bahia e, enfim, escritora e poeta. Devo, em consciência afirmar
a essa jovem autora, mulher de pensamento e de ação que prossiga na sua marcha
conforme o pensamento da entidade que fundei – Círculo de Estudo Pensamento e
Ação – CEPA, com 60 anos de permanência: PARA A FRENTE E PARA O ALTO, EIS O
CAMINHO
Germano Machado,
professor aposentado da UFBA e da Ucsal, fundador do Movimento Cultural Educativo CEPA, membro das Academias Baiana de
Educação, Mater Salvatoris, do Salvador e de Cultura da Bahia.
Matéria publicada no blog do CEPA.
Palavras da autora ao
Professor Germano Machado
Caríssimo
Professor Germano Machado,
Quando decidi a atender aos meus anseios
literários, eu estava convicta de que seria uma empreitada muito relevante e
que me demandaria dedicação, cuidados e estudos. Nada mal. Isso deve ser o
mínimo para quem se propõe a assumir um papel com linhas tão abrangentes, como o
de um escritor. Entretanto, tenho ciência que ainda estou compondo as primeiras
linhas, sujeitas a rasuras e revisões, mas também de que tenho muito mais a
aprender do que corrigir.
Receber um depoimento tão carinhoso de
alguém que é uma das maiores referências da Cultura no Brasil, nobilita-me,
emociona e me açula a crescer, em todas as formas de crescimento.
O senhor foi muito generoso comigo, Professor
Germano. Temos muito a agradecer à sua contribuição para a cultura baiana, como
professor, escritor, e fundador atuante do Centro de Estudos, Pensamento e Ação
(Cepa).
Um abraço enSOLarado, com o meu carinho
e admiração,
Ivone Alves Sol